"Torre de Belém
Tu és como um barco
E quando à ponte de comando,
meus olhos varrem - perscrutam -
o espaço aberto, o horizonte de agua
e os trémulos reflexos que por ela afloram,
encontro (ou adivinho) o luxo de altaneiras
pérgolas, de magicos cordoames manuelinos,
de traves arquimestras torneadas,
de fustes que são astros no teu corpo
repleto de cornijas e ameias
ou de sombrios degraus interminaveis
por sal e lentidão ja muito gastos.
Quase flutuas, sim, tu és um barco
E à ponte de comando,
Eu sinto-me um rei subito cismando
no branco dos velames
na solidão das quilhas e dos mastros,
nos séculos que te habitam como lâmpadas
de um destino que - cego-
não se aparta."
"Tower of Belém
You stand like a ship
And while, on the bridge
my eyes sweep - search-
the open space, the sea's horizon
and the shimmering lights over the water
I find (or guess) the glories of towering pergolas,
of carved, magical Manueline ropes,
of sculptured arquitraves, of shafts
like a firmament over your body
so full of cornices and contours
or of endless, somber steps that waste away
with salt and time.
You almost float, yes, you are a ship
And I, on the bridge suddenly feel
as if I were a king who dreams
of blazing white sails,
of solitary keels and masts,
of centuries that abide in you like flares
lighting a destiny which - blind
will not let go."
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